A Fábrica de Mentes
Autor: Luan Soares on Saturday, 20 September 2014
Era uma fábrica de mentes e de códigos
Quatro caixas eram lotadas de madeira.
Uma caminhonete do tipo bem pequena
Trazia os números de um telefone na sua lataria...
Na esteira, as mentes em fila eram roladas...
Bem no jogo da esteira,
Na esteira as mentes em fila eram todas codificadas.
Eram todas sendo contadas
E algumas não eram contadas!
(Porque algumas nasceram separadas...)
Como nada é perfeito,
Infelizmente se perdiam as mais flageladas...
E todos os seus dejetos eram jogados na orla de um lago podre.
Era uma lei Divina do setor.
Depois, eles falavam que a Terra não era de ninguém!...
E no botão do assalto-vermelho, outra vez ligavam o motor.
E breeeeem!!!...
Breeeeeeeeeeeeeeeeeem!!!...
Mesmo tipo, mesmo tamanho e mesmo lado.
Era tão necessário
O controle de manipulação sobre a massa operária
Que havia um homem que só com isso estava encarregado.
...
Sem ele, eram cinco bonecos no mapa registrado.
O supervisor que quis todas as trinta cabines limpas
Era um gordinho careca que falava muito alto
Parecia muito macho porque tinha um cargo bom.
Eu esticando a força e ele sempre esticando uma carreira
Voltava com algumas ordens rotineiras
Das quais antes ele já havia até esquecido
Mentes limpas, mentes sujas
Mentes vivas, mentes burras
Eram guardadas nas enormes prateleiras de vidro.
Sempre que um estranho logotipo apitava
Era o sinal dos bonecos ao seu pior momento do dia,
Aquele cubo escuro e fedorento que fedia,
Toda química pesada que ali apodrecia.
E dizem os antigos
Que havia antes uma biblioteca ali
E que era originada só para a geomancia...
O que era uma coisa contraditória,
Ninguém naquele local praticava a geomancia.
Nas passarelas ou até mesmo nas refeições
Nem se comentava Física ou Geografia.
Mas tinham vários computadores e salas
Uma já era fechada fazia uns doze anos...
Quatro salas ocupavam um corredor inteiro!
As quatro de Osteografia dos Planos.
Os bonecos eram proibidos de chegar àquele local
Tinham somente as esteiras
(Somente as besteiras!)
Como foco principal...
Tinham somente as esteiras
E eram somente as esteiras
A sua fonte de preocupação ocupacional.
Outros grupos teciam o madapolão
Num imenso setor do lado direito.
Era ele que abastecia as mentes em algumas banheiras
De água fervendo.
Depois elas eram engolidas
Por um enorme buraco negro.
Ninguém lembra dos detalhes,
Talvez apenas alguns detalhes,
Mas ninguém lembra por completo...
Nem dos talhos, nem dos males.
Era o fenômeno da falsa ideologia
Impregnada no cotidiano,
Consequência das raízes desse nosso ser humano.
Pra finalizar as mentes ainda eram morfinizadas
Terrível era a dose altíssima na qual à elas era injetada.
Depois as sujas, por própria decadência
Por regência de ambição
Viravam a opinião pública.
Viravam o debate do vírus,
Viravam crise no sertão.
Existem perguntas e existem dúvidas
Mas ninguém parece lembrar.
Ninguém parece ligar.
Ninguém parece querer lidar...
Por isso, por longos e bons séculos
Essa esteira ainda vai existir
No final do processo das fábricas,
Será ela quem vai fabricar!
Seja qual for o mundo a surgir!
Quando passavam pelos banhos
Algumas morriam...
Outras, bem raras, se fortaleciam...
Mas num curto período de tempo
Todas elas já sabiam
Havia algo no setor que era muito, muito estranho
Não havia elogios,
Só havia indiferença
E não haviam ganhos...
11 . 09 . 2014
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