FERVURA

FERVURA

 

Ferve no nervo

a verve

do meu verbo

 

Dentro do crânio

verte

um verso em febre

 

Não curvo-me a Deus

nem sirvo

ao Demônio

 

Sou servo ateu

dos meus

neurônios

 

O estorvo das trevas

sustenta

meu sonho

 

Sorvo a erva

da árvore

da serpente

 

Paraíso expulso

no riso

dos dentes

 

Por todos os poros

trans-piro

ardente

 

Sou o quente vapor

que da carne

parte

 

Num calor latente

evaporo-me

Arte

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