FROUXO SENTIMENTO

Frouxo oh talvez pálida esta rima
Destes meus delírios inconstantes
Porém odeio o pó em que me deixa
Tedioso, gela-me o sangue nas veias

Não existe nada além do meu vazio
Onde a vida não nos permite ensaios
Somos eternos amadores na vivência
Numa dura aprendizagem das dores

Nesse mundo tu és o meu maior vício
Sou uma viciada, portanto, sem ter cura
Na procura interminável da tua ternura
Matei a criança que havia dentro de mim

Pelos teus lábios, pelo meu desejo de ti
A tua ausência tortura os meus sonhos
Frouxo delírio inconstante, rimas soltas
Veias de sangue que correm à tua procura

Amo-te no silêncio das palavras, frouxo
Sentimento de escritas no teu corpo (...)

Isabel Morais Ribeiro Fonseca

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