A Idade das Vitorias

"A idade das Vitorias"

Quero, sim, envelhecer,
Sem ter que esquecer
O tempo do meu passado,
O canto puro de viver.

Quero fechar os olhos
espantar todas as dores,
As tristezas da maldade,
Os choros e os dissabores.

Quero envelhecer, lentamente,
Sentindo em todos os momentos
O gosto da emoção ainda quente
Pulsado pelos meus sentimentos.

Quero correr os campos da vida
Saborear todos os meus instantes,
Assim como uma estrada infinda
Conquistada por passos gigantes.

Quero tomar meus remédios,
Sem tédio ou obrigação,
Ver o sol, ler e fazer poemas,
Sem ser escravo da televisão.

Quero ver os passarinhos cantando
Na natureza, sem devastação,
Lembrar os dias, os meses e o ano,
Com a saudade dentro do coração.

Quero envelhecer ainda vendo:
As crianças e as pessoas sorrindo,
Os ares e os mares não poluídos,
A ganância e a inveja diminuindo.

As escolas abertas e estruturadas
Os professores remunerados,
Repartições acertadas
Os hospitais bem equipados.

E, ainda, beber água tratada,
Bem ao lado da minha cabeceira,
Seja do pote ou caneca água
Partes da estória verdadeira.

Quero envelhecer até morrer
Mas nunca deixar de ter prazer
De ter ao meu lado a minha família,
Meus amigos e minha maneira de ser.

 

PFernandes

 

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