Impossível Voar
Impossível voar, nem mesmo um simples planar Decerto que estou dormindo, na cama a sonhar Mas a vertigem é real, o abismo a meus pés, brutal Basta um pequeno passo, muitos minutos em queda fugida Pois e se eu não estiver a sonhar, seu perder a minha vida Não vale a pena arriscar Uma morte tão sofrida Mas mais uma vez uma grande tentação Toma a vez da cuidadosa razão Ergo o rosto com altivez Esperando o regresso da sensatez Tal como tudo na vida este desafio é fascinante Tem a sua parte de brilho mas também é escuro e errante Poderei então arriscar? Serei capaz de voar? Respostas leva-as a brisa, que no abismo sempre sopra Torna-se difícil resistir, sem querer atravessar a porta Mas sem nada se arriscar Também nunca se irá ganhar Ai eu vou arriscar, para a frente vou avançar Se depois algo me fizer recuar, não puder voar Tenho consciência que pelo menos tentei Uma decisão eu tomei e por ela, morrerei Salto de braços abertos, sorriso no rosto estampado Afinal consigo voar, planar em todo o lado O desafio foi vencido, jaz inerte sem energia Venci a barreira que dormente me prendia Envolve-me um crescendo de luz e felicidade Ofuscando-me também com sua intensidade Certo que é o fim do abismo Será que sei mesmo voar? Ou será por puro egoísmo Que tentei este passo dar! Se for sonho vou acordar, sem sequer me magoar Até vou imaginar que nunca tentei planar Se à realidade for parar, com a dor a aumentar Que seja breve o findar de esta saga de voar