Latrino caminho
Latrino caminho...
Senão perguntou ao Sim
por que tanta permissão, consentimento,
num momento tão retilíneo de negação?
Por que aspirações de prosperidade
de uma alma caminhante, desvirtuada,
pouco revelada, retardando o luzir,
desconsiderada por todos os Nãos?
Responder para Senão seria impossível,
enxergar tantos vícios no latrino caminho,
na incauta e melancólica decisão de parar,
ver, analisar, seguir sem acautelar.
Destino cruel é o teu, meu Eu Sim,
impossível de frear desapontamento,
a cada tropeço um recomeço maior,
neste tamanho se aumenta o ganho,
entrega-se aos movimentos de flutuar.
Singelamente caminhamos no mesmo rumo,
imenso, inconsciente, não..., ardente apenas.
O que pensas de mim meu Eu, Se Não
apenas que sou manco de uma perna, só,
que me faltam outras partes do corpo, já,
dilaceradas em todas as jornadas?
Sigo direção ao emblemático sonho de liberdade,
com a alma intacta, despreservada,
aquela que nada pergunta, só entende,
aquilo que os devaneios vivem para confirmar.