MALES QUE OPRIMEM A HUMANIDADE
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Pus-me então a considerar todas
as opressões que se comentem de baixo do sol e as lágrimas dos oprimidos,
sem ninguém que os console.
Os seus opressores fazem-lhes violência visto estarem abandonados de todo o socorro
E preferi o estado dos mortos ao dos vivos,
e julguei mais felizes uns que outros,
os que nunca chegaram à existência e não viram o mal que se comete
debaixo do sol.
Vi também que todo o trabalho e perícia numa obra
não passa de emulação de um homem diante do seu próximo.
Isto é também vaidade e vento que passa.
O insensato cruza as mãos e come própria carne.
Vale mais uma só mão cheia de tranquilidade,
que as duas mãos cheias de trabalho e vãos afazeres.
Vi ainda outra vaidade debaixo do sol:
Um homem só sem ninguém junto de si, nem filho, nem irmão;
todavia, não cessa de trabalhar nem os seus olhos se fartam de riquezas.
Para quem trabalho eu,
privando-me de todos estes bens?
Também isto é vaidade e trabalho ingrato.
ECLESIASTES