MEMÓRIA AO VENTO - 2

(este poema por ser muito extenso encontra-se repartido por três poemas complementares "Memórias ao vento 1; Memórias ao vento 2; Memórias ao vento 3)

MEMÓRIAS AO VENTO - 2

Carpindo por entre espaços em branco e cinzento,
intercalam o prelúdio de um passado repleto
de histórias, que vagueiam no sentimento,
carregando nos ombros, o estigma do bom e do completo
Sou poema amarrotado, subjugado em códigos e tabus,
de silabas e vogais partidas, por frases de fantasia e avareza
onde o limite é o céu de querubins sem asas e corpos nus!
Talvez a vida seja a ignorância,
a insegurança e a incerteza;
Talvez seja tudo e um pouco do nada.
Marcaram-me por desejo por ódio e ganância,
ferraram-me a pele de adjetivos, tecidos pela calada,
morri de ensejo e na paz a minha alma encontrou riqueza.

Não sei se a saudade e emoção me trarão de regresso,
se apenas estarei em pensamentos alados e doloridos,
expiando pecados, voando nas letras do verso,
cavalgando nos silêncios de gestos amestrados,
circundando sombras que perpetuam nos meus sentidos,
fantasmas do passado que desfilam em sons amordaçados!

João Murty

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Comentários

Eu, às vezes sinto minha memória ao vento...

Gostei lindo!