MEMÓRIA AO VENTO 3

(este poema por ser muito extenso encontra-se repartido por três poemas complementares "Memórias ao vento 1; Memórias ao vento 2; Memórias ao vento 3)

MEMÓRIAS AO VENTO - 3

Minha terra, sonho de mar azul, sol de esplendores!
Queria poetizar ternura, exorcizar a minha dor.
Conheço cada rua, cada esquina, cada canto,
travessas de enredos, recantos e refúgios de amor,
em vielas verti lágrimas e nelas sufoquei o pranto.
Quero pensar, sem o nó que me cresce na garganta,
Indiferente às gotas de chuva que escorre pelo rosto,
gotas cúmplices, que se misturam com o sal dos olhos.
São apenas fluidos sedentários, que o ego planta
e que a vida na sua marcha, decanta por apego e desgosto.

No desencanto; O vazio. No vazio; O olhar. O olhar
de quem sai à procura de si mesmo, para se encontrar.
O olhar, que esconde as emoções e o silêncio solitário,
vendo o sol morrer em cada tarde, num ocaso imaginário.

Não sei se volto, não sei se me encontro, se sou eu!
Não sei, se a vida por mim passou e tudo em mim morreu.

João Murty

Género: 

Comentários

entre a saudade e a contemplação

se desenham os universos interiores de cada um de nós.

 

Bela prosa poética!

 

1 abraç0o!

 

_Abílio

 

Um grande abraço,

João Murty