Nasci para ser poeta

Habituei-me a estar só
À companhia do silêncio nas conversas surdas que me cercam
Acostumei-me à solidão que acompanha os meus passos solitários
No barulho de uma estrada da qual não faço parte.
Pedi a uma estrela sorrisos
E ela deu-me lágrimas
Pedi amor
E ela deu-me desilusão
Numa mistura de dor e morte de uma alma.
Pedi a um anjo abraço
E ele deu-me o vazio do abismo.
Pedi-lhe um beijo
E virou-me costas.
Com o tempo tornei esta solidão minha amiga
A companhia para o caminho que me faz tropeçar
Na sua lenta rapidez.
Desisti de procurar aquilo que sei que não vou encontrar
Guardei num bolso sem fundo um sonho
Para o perder e não mais me lembrar.
Desisti da busca da felicidade
Para encontrar as palavras.
Desisti de ser pessoa para ser poeta.

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Comentários

Não obstante, não gostar da palavra desistir, gostei muito do poema e tento compreender o estado de alma que o mesmo trás à colação, no periodo em que foi concebido.

A sua vida possui m alto signiicado,. Descobrir o sentido da existencia e para que te encontras aqui, é uma tarefa importante e significativa.

A vida não termina no túmulo. Fosse a morte o fim da vida, e sem sentido seria o Universo. A criação  se esmaeceria e o ser pensante estaria destituido de finalidade.

Poetisa de alma grande, a tua importancia está na razão direta do que faças em beneficio proprio e a verdadeira coragem, é demonstrada pela maneira como se enfrenta a batlha da vida, no seu dia-a-dia.

João Mrty