Nesta folha de papel

E nesta folha em branco me escrevo sem pudor
Caminhos percorridos e por mim não desbravados
Desmedidas ânsias em me perder
E a vida em mim a não acontecer,
Os sonhos tão distantes de ser
Não encontrando as palavras que descrevam
Efémeros voos de intocável liberdade,
Nas brumas do meu ser permanece
E esta dolorosa estrada que percorro
Imaculados espinhos em mim crava
E de cores mil ensombram o meu ser,
Cintilantes estrelas no meu céu perduram
E o ser que em mim habita desfalece
Nesta realidade estranhamente padecendo,
E estas palavras que das minhas mãos ecoam
De verde esperança pintalgadas
Incessantemente procurando o amor que a vida desenha
Nesta singela folha de papel.

 

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