O meu conceito de... " Liberdade "

“Todos estamos condenados a ser livres... “

O sentir, ver, olhar, sentir-se tocado por tudo que o rodeia, sem indiferença, estranheza, ou mesmo desconhecimento, palpável, inimaginário, abstrato ou erudito, impensável, inesgotável, crescer dentro de si próprio e nos outros... Vida? ... Liberdade?

“Imposição” ... Começaria por aqui, deixando para trás alguns dos aspectos que de certa forma formam os alicerces da forma como se impõe o conceito de Liberdade, já que para alguns, esse valor é inexistente. O Cosmos, já de si, uma Imensidão onde se manifesta a Liberdade contando com todos os seus elementos inerentes, mas de uma forma ordenada, diria mesmo, equilibrada, fomenta em mim, uma ideia visual, real, de valores inimagináveis e possíveis, desconhecidos da maior parte de nós (o que me assusta de certa maneira), pela sua grandeza, e pela noção de espaço visionário que me concede na mente a possibilidade de ter um sentido mais amplo no conceito de Liberdade. O conceito de Liberdade, é de uma relatividade extrema o que coloca em causa e á partida a sua prática em Sociedade e na sua conjuntura... toda ela quase como uma lógica sem Razão no sentido da palavra. Na filosofia, o assunto pode e é com certeza abordado de uma maneira muito vasta, cabendo a cada um de nós exprimir no próprio conceito de Liberdade em nós e nos outros, tudo o que para si, fundamenta esse mesmo conceito.

Coloco aqui uma questão: Será que alguma vez poderei afirmar que já tive a Liberdade de sentir o que realmente é a Liberdade? Mesmo em coisas ou situações em que temos que decidir por nós próprios, penso que aqui, não é bem assim. pois as decisões que por vezes tomamos, ou nos atingem, ou atingem os outros de forma direta ou indireta... aqui, falo de “em função de... ou do...”, será assim? A Liberdade, abrange muitos valores e implica automaticamente o pensamento na perspectiva do espaço, não físico, mas sim o espaço sentimental e emocional do próximo. A sociedade na sua arquitetura em geral, faz com que se questione constantemente este conceito, e, fazendo eu parte de uma, e vivendo mesmo em função da mesma, crio defesas e tento dentro do que para mim é minimamente o conceito de Liberdade, respeitar e abordar essa questão da maneira mais delicada possível, para não suscetibilizar sentimentos recriminatórios de outros, e nunca invadir intencionalmente o espaço do próximo, tendo em conta também, a sua irreversibilidade fundamentada muito naquele pensamento... “ Não faças aos outros, o que não gostarias que te fizessem...”

O respeito, poderá ser na maior parte dos casos, a chave principal em situações ou estados de espírito, que durante o crescimento enquanto pessoa, me aproxima cada vez mais do vi sionismo aprimorado do sentido da palavra Liberdade. Sou livre no meu pensamento, mas não naquilo em que ele se pode refletir...sendo assim, penso que a Liberdade nunca poderá ser ou existir, na sua totalidade e tenuidade.

Em isolamento, ao contrário do que muitos possam pensar, a Liberdade para mim não é viável, pois o seu sentido apenas tem valor, partilhado e praticado em situação de comunhão, falo aqui, claro, no seu sentido prático.

Gostaria de aprofundar muito mais esta e outra questão, é evidente, o que me levaria a escrever horas e horas a fio, mas, contudo, não quero deixar de salientar aqui a ideia de que, o sentido que faz do Homem um ser condenado a ser livre, apenas parcialmente, para não querer falar na sua totalidade, mexe com o facto de que, esse momento esporádico de liberdade, tenha que derrubar infelizmente, tantas barreiras sociais, políticas e mesmo pessoais, para tentarmos minimamente provar, que naquele pequeno momento, fomos livres para decidir, ferindo ou não, pisando ou não, contornando ou não, impondo ou não... respeitando no fundo o facto de que os outros também eles, têm um pequeno momento de Liberdade, para nos dizer, que Liberdade poderá não ser isto.

Nos meus sonhos, mesmo aí, as minhas asas não atingem o seu sentido Universal, tendo tendência a cair sempre nesta cruel realidade que é a Vida, com todas as suas tendências e liberdade de pensamentos cruzados.

Luís Filipe Ginja

2013/04/10