O que vês é o retrato do que és.
Não sei o que vejo
Nem prevejo
Nada a não ser o hoje
preenchido pelas horas
pelo antes e depois
num dia onde tudo pode acontecer
mas estranhamente nada acontece.
Fico parada,
contemplo a vista:
O mundo seria um lugar melhor se as pessoas parassem para o ver.
Contudo nada vejo,
uma escuridão brusca enquanto a chuva caí
umas quantas pessoas que correm,
será medo da vida ou do tempo?
Afinal do que correm elas,
delas mesmas ou dos outros?
Neste momento corro de tudo.
Do mundo
Do escuro
De mim, de nós, de ti, de todos.
Deixa-me rir
rio para não chorar
deixo que a chuva me molhe para sentir
vou sorrir para não morrer
Dizem que o sorriso é o que nos mantém vivos
Mas passei a vida a rir-me do mundo,
para o mundo,
e mesmo assim sinto que sou apenas mais uma peça deslocada num plano mal formado
Mas deixa-me ser feliz,
é tarde de mais para desilusões,
emoções,
sentimentos,
pensamentos,
Deixa-me ser..
Tudo que tiver que ser, serei.