pingos de mim...

olho-te pela janela 
vejo cair pingos de mim
águas correntes que tranco 
em barragens de fortaleza
que arrastam os medos 
e tentam trazer uma certeza
 
a certeza apenas que acordei, 
sem saber quando volto a dormir
repuxo forças interiores 
tento pensar com clareza
inundo-me dentro, para me secar por fora
 
e em cada pingo vai-se um gota de um fim…
um fim de uma tristeza, que caminha por construir a indiferença
a indiferença que congela o sentir
e com o tempo, virá o depois…
 
e com o depois virá o dia de um sorriso, 
quando os pingos terminarem e eu voltar a secar
 
e no pendulo do tempo, tudo o que vai irá voltar
e tudo isto voltará acontecer
e virá o dia em que voltará a chover 
e eu aqui de dentro vou voltar a ver
os pingos de chuva a cair 
e as poças a nascer
mas nada é para sempre… 
e virá outro depois, no novo dia…
que me fará sorrir,.. 
 
nada será igual ao anterior, 
e tudo o que não se fez lá atrás, 
perdeu-se na possibilidade de amanhã recordar
mas tudo o que senti ontem, 
amanhã vou lembrar…

by Nani Fernandes

Género: 

Comentários

Que lindo poema, todo ele vestido com

pingos de poesia bela e apaixonant

Meus parabens

FC

Obrigada Frederico, pelas suas palavras.

São um alento para mim.

Nani