Quando escrevo o que me lembro
Autor: Duarte Almeida Jorge on Thursday, 18 June 2015
Muitas vezes não consigo escrever o que sinto, e escrevo o que me lembro.
Restéas de emoções cravadas no fundo da minha consciência.
Tento explora-las o melhor que consigo, quase sempre em vão.
Entro num processo de transformação de palha em ouro.
Ah! Era tão bom ter algo de novo ou fascinante para vos contar.
Escrever algo mais do que um patético poema sobre alguém que um dia fez algo.
Escondo me num sonho, usando-o como escudo dos sonhos de outros.
Triste fado este de não possuir capacidades fantásticas de entretenimento, depressiva esta realidade de ser comum,
angustiante frustração de não ser extraordinário.
O que posso eu oferecer a este mundo recheado de génios?
Toda a minha capacidade é invertebrada perante esta magnanima espinha dorsal que inspira gerações passadas, presentes e futuras.
Sou senão um poema ilegível, um desabafo inaudível, uma lágrima invisível.
Uma noite sem sonhos em que o vazio é o meu maior pesadelo.
10-05-2015
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