Que Tédio!

                       QUE TÉDIO

O tempo passa voando, como o vento

que sopra do oriente para o ocidente.

   O meu coração é que sente!

    Esse amor doentil, que faz calor e faz frio.

Como o sol que passa pela lua, através de um eclípse.

   Assim também aconteceu, estive nos braços teus.

   só por alguns instantes, um beijo e  nada mais!

            Pensei mil coisas naquele momento.

                     Mas não quis dizer nada!

    Só quis aproveitar, te cheirar, te apalpar, o tempo era curto.

O povo gritava lá fora, querendo atendimento...

    Que tormento! Pois era setor de trabalho!

                        Que atrapalho!

   Eu querendo um atendimento, algo especial!

Pois se tratava de um casal, ardendo em chamas!

               Que só aliviava na cama.

Lá fora um povo doente, querendo meu médico!

                 Querendo remédio...

                         Que tédio!

Abri mão da minha vez, para o atendimento do próximo!

Mas quem é mais próximo de mim, do que eu mesma?

  Me senti uma lesma, de imensa lerdeza!

                  A lei é contra nós!

Nunca mais ficamos nem um minuto à sós.

Foi só um eclípse, como o sol e a lua!

A culpa não é minha nem sua.

Vamos esperar, as vezes pode mudar.

Se Deus virar a página da nossa vida.

Fazer feliz meu corpo, unido ao seu, e curar minha alma triste e ferida!

Pelos combates, que enfrentei nesta vida!

  Aí, eu vou ser feliz também na partida.

Autora: Madalena Cordeiro

29/11/ 2011