RECORDANDO
Naquela viela estreita, gentios horrores
Um bafo quente, de estranhos odores
Com nome esquisito Rua das Atafonas
Tabernas esconças, cheiros e sabores
Putas, encostadas, em porta carcomida
Gastas pelo tempo, escadas da má vida!
Vendem o corpo mal nutrido,desajeitado
De mamas caídas suportadas em trapos
Pernas ao léu, varizes azuis aos esses desenhadas
Pequenas saias - mais parecendo farrapos
Desdentadas, desgrenhadas, ali plantadas,
sem tempo, chulos ao lado ,no mesmo pecado!
Ao lado, a taberna exala cheiros rançosos
De tantas iscas com elas, ali passadas
Em molho grosso de frituras continuadas
P!raquela gente eram pitéus bem saborosos
Conversas estúpidas , galhofando com as putas
Gritos histéricos, em alvares gargalhadas!
Juventude a quanto obrigas - por ali passei
Beijos balofos em nome do desejo, suportei
Meus olhares, nesse tempo, não eram esquisitos
Para mim o importante era ter os requisitos
Como adolescente candidato a homem em ebolição
Sonhos noturnos com momentos de masturbação
Por uma puta bem gordinha me enamorei
De seu nome Olga, por ela, então, me apaixonei
Recebi favores, carinho e até amor dela granjeei
Por isso sempre pensei que ser puta – Meu Deus!
Nada mancha o coração, amor, mesmo, o dos Céus
Também, como Cristo e Madalena, a pedra não atirei!
Hélder Gonçalves
Julho 2013
Comentários
Henricabilio
6ª, 28/03/2014 - 19:55
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Um poema duro,
Um poema duro,
como só a vida
consegue ser.
Saudações do
__Abílio!
Hélder Fernando...
6ª, 28/03/2014 - 20:17
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Bem Hajas, Caro Abilio, pelo
Bem Hajas, Caro Abilio, pelo teu comentário.
Um grande Abraço
Hélder Gonçalves
Madalena
Sáb, 29/03/2014 - 01:13
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Parabéns! Como Cristo e Madalena... Olha que dupla linda!
Parabéns! Como Cristo e Madalena... Olha que dupla linda!
Abraços!
josé João Murti...
Sáb, 29/03/2014 - 18:17
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Lindo poema
Poema que decantou palavras na vida, foi buscar inspiração, bem ao fundo daquela rua conhecida e sinistra, que uns passam vêm sentem e exprimem a sua visão da forma que melhor sabem (falada, escrita, declamada, cantada, dançada). Outros, sabem que ela existe mas não passam, comentam em murmurios de surdina, não vá a nevoa peçonhenta conspurcar a sua imagem.
Gostei muito. Força poeta, venham mais.
Um abraço
João Murty
Hélder Fernando...
Sáb, 29/03/2014 - 18:12
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Bem Hajas José João Murty - A
Bem Hajas José João Murty - A vida não é só flores, nem o poeta só olhares para a beleza e cantar seus amores!
Um grande abraço
Hélder Gonçalves
PS - o seu comentário vai ao fundo da questão - parabéns!