sem te poder tocar…

quando preparas o teu deitar
descalço-me de mim 
poiso o pé no lençol do teu areal
corro e vou deixando as pegadas do meu passar
cada passo é uma marca
cada marca, um peso que me faço por libertar
corro para ti mas molho-me 
no frio da água do mar
que me faz lembrar a imensidão que me separa de ti
e na impossibilidade de ultrapassar a limitação… fico aqui
sentada, distendendo o olhar pela infinitude da vontade de te tocar
olho-te de longe, … daqui para aí…
talvez amanhã venha mais cedo...
talvez chegue antes do teu deitar
e talvez continue a ver-te de longe… 
sem te poder tocar…
 
by Nani Fernandes

 

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