Somente poemar

E assim me encontro e desencontro

Suavemente o teu olhar tocando

Que me penetra e confunde,

Aquele olhar que jamais encontrei

No mais profundo do meu ser.

E nele arde em mim o singelo fogo

Que da terra ferozmente brota

Com trevas de esperança anunciado

E exalado num profundo grito de agonia,

E que em mim divinamente aterroriza

Nesta desmedida ânsia de viver,

E me seduz e fingidamente me abraça,

Acalentando com ternura todo o meu ser.

E a minha alma que por ti buscava,

Dela apenas revi o lado breu do luar

Que constantemente me ofusca

E te procura num fugaz sonho

Em ti apenas procurando encontrar-se,

Sentindo o bucólico sol que a minha pele acaricia,

Percorro este sonho que delicadamente me acolhe,

E assim me encontro e serenamente me perco...

 

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