Transtorno
Desfiz-me por inteiro,
Agarrei as mesuras de meus sentidos,
Como que recaia na vista entreaberta e encarnada-mente envenenada,
Sobrepus em minha carteira de cerejeira com vitral suave,
Quantos sóis e cometas bruscos,
Um pequeno infinito em uma limitada tábua rasa,
Grandes e altivas alienações...
Vigilante de galáxia em galáxia,
Porteiro da minha própria Fantasia,
Que confusamente avivo de alma ou capricho a mim cingido.
Não sei que tamanho são os meus sonhos,
Decerto que meus é incerto,
Pois não sei distinguir-me no Todo meu,
Eu sou o Tudo diferente de a Totalidade de cada Homem,
Portanto cada um é um Todo velado.
Não sei filtrar-me em outro alguém,
Nem àquela magnificência companhia,
De minha dramática saudade, guardiã de teus lábios,
E de tua representação corpórea...
Meu flagelo não empossa,
O aterro que é meu coração,
É chuva em rio de mágoa,
Sem mar, mas entornada em lavas,
Do furor de um certo vulcão,
Que me moí, que me depressiva, agita e inquieta,
É fumo acalentando chuvas ácidas,
Em minha comoção,
É espasmos em tinta e um leque perfumado de Imaginação,
Num plano rectangular e descorado...
É jaula da conquista que se quer conquistar,
O melhor planeamento para a Vida..!
Sou o desembaraço, um não crente esperançado,
O escuro saturado de saturação enganosa,
Em vazio cheio de vazio para alem de mim,
A desilusão...
Sou o que lavra como um arranho,
Quando sequer penso em pensar,
O Pensar meu,
É talvez uma tragédia a tocar-me à porta,
E querer eu abri-la como se há minha espera fosse um Deus,
ELE que quando o desconheci ou não reconheci,
Deixei-me de reconhecer, embaciei o reflexo da minha simetria de Ser,
Fazendo-o com minhas palavras manuseadas em paginas incompreendidas,
E sujeitas ao Real...
Paginas castigadas ao meu desconforto,
Em vós pobre e inutilmente impresso,
Como o verde de qualquer folha,
Atada por toda a ramada de uma planta!
Mirei com os olhos acordados,
No sonho de qualquer coisa não minha,
Passei assim num corredor de calçada,
Com a imagem misturada, das palavras atafulhadas em mim..!
( Invadiu-me em forma de uma solução,
Em minha Ideia incógnita,
Que o que escrevo não tem resolução)
Comentários
Frederico De Castro
4ª, 12/08/2015 - 19:30
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Grande texto poeta
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meus parabens
FC