A verdadeira bonança
Autor: Duarte Almeida Jorge on Wednesday, 4 November 2015
Não vás, nunca me deixes.
Se fores, leva-me contigo.
Se não me levares contigo, não me esqueças.
Se não voltares, se me esqueceres,
Serei comandante deste navio que navega pelo mar.
Enquanto a tempestade não me engolir resistirei firme agarrado ao leme.
A gritar o teu nome com tanta veemência quanto os trovões que ecoam pela noite.
Talvez com um empurrão do destino aliado a uma tão esporádica sorte, eu consiga sobreviver ao temporal que anunciava o meu fim.
Porém, se fragilizado o meu corpo enrugado pelo constante rebentamento das ondas eu tiver que ceder, morrerei finalmente depois tu me teres morto.
Talvez eu finalmente tivesse a minha paz, a verdadeira bonança.
O descanso merecido.
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