Onde Andas, Humanidade?

Onde andas, humanidade?
 
Procuro por ti entre pessoas deambulantes,
num espaço tão cheio de um nada absoluto.
Nem as conversas são interessantes.
E as palavras são vazias de tudo.
 
Se não houvesse guerra
não procuravamos paz
ela seria intrinseca na nossa vida.
Todo o ser humano é capaz
de fazer a diferença devida.
 
É obrigação nossa mudar 
o mundo que nos rodeia,
mesmo que ache o contrário
é possivel se acreditar,
E não andar à boleia da vida alheia.
 
Pára e reflete.
O mundo é o teu reflexo.
Espelha o que gostarias de ser.
Pensa no que é o mundo.
Se é assim que o queres ter. 
 
Género: 

Comentários

A meu ver Joana falta há humanidade, alguma humildade! Enquanto interesses monetários sobressairem a interesses civicos estamos todos perdidos e condenados a fraquezas e más sortes :/ Como sempre boas palavras as suas, habitue nos sempre as suas acertivas palavras! Beijinhos

Mais uma vez obrigada pelas suas palavras, tem sido muito motivadora nas minhas criações. Apesar de adorar escrever, quando vemos que ha outra pessoa que aprecia, ainda me dá mais vontade de escrever. 

somos de um egocentrismo que nem o vizinho da casa ao lado conhecemos. Baixamos a cabeça nos elevadores para nao ter que lidar com desconhecidos. A sociedade assin nos criou: ter uma casa, e q ela seja o nosso mundo, para onde nos viramos. Esquecemo nos que existem outros mundos bem mais importantes e incriveis que o nosso proprio umbigo.

Se vemos alguem sorrir na rua sozinho, concluimos q é doido. Estamos cinzentos. É tao triste esta apatia!

Beijinhos

A Joana tem textos inspiradores e assertivos, é fácil gostar, ler e compreender, não serei a única, mas sou mais uma que a segue e gosta do que a Joana escreve! Deixe a inspiração fluir e a escrita a controlar, até porque temos um vicio e muito bom diga se por sinal. Obrigada pelas suas palavras e bejinhos :)

Fico extremamente sensibilizada e feliz por ver que aquilo que escrevo é acarinhado por pessoas que nem sequer conheço pessoalmente! É sinal que esta loucura que trago comigo é compreendida por aqueles que me leem!

As coisas têm o valor que nós lhes damos. E eu, que da vida sei tão pouco, vou me deliciando com a felicidade dos outros q também é minha. São as pessoas, sim, que me fazem querer escrever. Escrevo o q sou, mas essencialmente escrevo para que, nem que seja por um breve instante, possa mudar a percepção dos olhos de quem me lê! 

Muito obrigada :)
um abraço <3

Completamente de acordo! A melhor sorte para si, que não conheço, é verdade, mas sinto como se a conhecesse :) Beijinhos

Acho que estou em sintonia consigo Joana. Muito bom o que escreveu.

A Liberdade, a solidariedade, a sensibilidade para compreender o mundo e as pessoas que nos rodeiam… A liberdade e a justiça social… Todo isto são valores que se vão perdendo e que vale a pena não perdermos de vista.

Deixo-lhe um texto de um amigo meu que nasceu em Angola. Um amigo que acompanhei até ao fim.

Um texto de esperança.

Deixo-lhe um texto de um amigo meu que nasceu em Angola. Um amigo que acompanhei até ao fim.

Um texto de esperança.

CARLOS

O meu amigo Carlos fechou os olhos no Domingo (03/06/2018).

 

Lutou até ao fim, no Sábado quando o fui visitar ao hospital para me poupar, disse - “Vai Miguel eu fico bem, estou em Paz”.

 

Conheci-o em novembro durante um internamento no Hospital da Universidade de Coimbra. A Doença do Carlos era incurável, incomparavelmente mais grave do que a minha, mas quem me dava força era ele.

 

Sempre que o visitava para jogarmos xadrez, ou para o tirar do hospital à hora do almoço, todos os dias sorria e contava episódios da sua riquíssima vida.

 

O Carlos nasceu em Angola, no seio de uma família abastada de agricultores de café, a sua propriedade devia ter mais ou menos a área do baixo Mondego!!! Frequentou a escola com bastante aproveitamento, tinha uma vocação inata para as letras. Falava corretamente Inglês, Francês, Russo…

 

Com o desenrolar dos conflitos em Angola fez formação militar na Rússia, tornou-se piloto de helicópteros m8. Depois de vários anos de guerra em Angola já não podia ver uma arma, fartou-se de guerra e deixou a sua carreira e o seu posto de Major.

 

Decidiu vir viver para a Nazaré onde se tornou um extraordinário artesão de artefactos de cabedal. Optou por viver uma vida simples, viver em paz.

 

Um dia quando estávamos internados e tomávamos café na entrada do Hospital disse-me:

 

- Miguel a melhor maneira que tens de enfrentar a vida é arranjares um saco.

 

- Um saco?

 

- Sim um saco!

 

- Repara… olha para as minhas costas? o que vês?

 

- Nada…

 

- Mas eu tenho um saco invisível atrás das costas! Todos os problemas que não consigo resolver mando-os lá para dentro. Depois com o passar do tempo e com muito cuidado pego numa pinça e resolvo um pequeno problema de cada vez, os que não tiverem solução ficam no saco invisível.

 

- De imediato percebi o que o Carlos queria dizer! pouco a pouco o saco vai ficando vazio…

 

- O Carlos voltou a falar, enquanto vocês, ocidentais, carregam um saco muito pesado a vida inteira, nós, africanos, somos mais leves e quando chegamos ao fim da vida temos o saco vazio.

 

Por isso Miguel, tudo o que não tiver solução manda para trás das costas, arranja um saco invisível meu irmão.

 

Até sempre meu irmão.

 

16:55

 

04/06/2018S

MS

 

Beijinho

Miguel