DUPLA EXISTÊNCIA
Atrás de uma vida que não é minha
percorrendo medidas em formas escondidas
pertenço a uma festa tão sozinha
quanto uma luz desiludida.
Corro atrás perdendo a medida
me espelhando em confusos reflexos
de uma existência desmedida
unicamente minha.
Quem está à procura da morada?
Quem está à minha sombra e anexo?
Qual é a música de minha balada,
Onde dança a Dama ao centro sozinha?
É a ferida que punge no meu peito
uma rosa aberta e sangrenta
que exala um perfume e ao leito
sonho em dias brancos.
Onde não serei tão desigual quantos os iguais,
onde a rosa não será tão corpulenta,
onde a cinza da minha terra seja desigual
à cor da cicatriz em meu peito.
Quem ainda és tu que me segue?
Talvez a minha lágrima mais terna,
talvez seja eu mesmo que não me reconheço
na própria vidraça que me ergue.
Comentários
WILLIAM VICENTE...
6ª, 24/05/2013 - 18:06
Permalink
Especial e tocante.
Especial e tocante.