Sinto que sou
Autor: Rui Correia on Monday, 28 April 2014
Sinto que sou
o que sinto ser.
Um pássaro que não voou;
Um amanhã que não chegou a amanhecer.
Sinto que estou em falta,
desconhecendo-o.
Sou nada, tudo o que não queria ser,
[sou] uma miragem arrastada
prepositada a me fazer ver.
(...)
Eu vejo os outros,
que ainda têm menos que eu
e lamúrios tão poucos!
(A força que Deus lhes deu)
Como posso ser infeliz
se tenho até mais do que quis?
Fecho-me, desligado,
num aparelho que não liga.
Queixo-me e queixar-me-ei,
mas tenho o rei na barriga.
Não posso ficar satisfeito,
nunca (...) completamente.
Ter-me é perfeito,
mas poderia ser sempre diferente.
Há em nós todo o desejo do mundo,
toda a força de querer mais;
a mão que te tira do fundo
toda e cada vez que lá cais.
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Comentários
josé João Murti...
2ª, 28/04/2014 - 19:38
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Gostei
Poema profundo, introspetivo
Um abraço, Grande Rui.
João Murty