Na Tua Ausência
O vento sopra e as folhas caem ao chão,
A chuva percorre o passeio onde só caminha a solidão.
Está tão frio que chega a ser difícil aguentar,
Já nem tenho os teus braços para me agasalhar.
Foste embora e tudo ficou um inferno,
O Verão quente arrefeceu e deu lugar a um frio Inverno.
E tu, que já não aqueces a minha alma,
Já não me abraças com carinho na tua imensa calma.
E sem ela esta tempestade não para de aumentar,
E toda esta confusão acabará por me derrubar.
Dantes corríamos mundos e fundos sem nada temer,
Vivíamos num mundo que só podíamos ver.
Jurávamos estar juntos, cem anos ou muito mais,
E a minha alma voava nos teus olhos azuis fatais.
Vivíamos numa praia onde o sol sempre brilhava,
Fazíamos planos onde o nós nunca acabava.
Mas foste embora e o calor do Verão gelou,
O meu coração adormeceu e nunca mais acordou.
Morri sem o teu beijo que me trazia à vida,
Caí neste Inferno ardente onde me encontro, sem saída.
Porque me deixaste se eu era o teu amor?
Porque levaste a luz do sol e todo o calor?
Dos meus olhos, lágrimas chovem dias a fio,
Inundam uma vida, num clima frio e doentio.
Vejo da janela toda a minha vida passar,
Vejo-nos passear juntos na rua, é bom recordar.
Mas não quero recordar, quero é viver!
Se não voltares para mim, congelarei até desaparecer…
(2012)
Comentários
josé João Murti...
Sáb, 26/07/2014 - 15:37
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Bonito Poema
Um abraço Cardoso!
Que tudo esteja a correr pel melhor.
João Murty
António Cardoso
Dom, 27/07/2014 - 12:16
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Muito obrigado, amigo João
Muito obrigado, amigo João Murty.
Um abraço.