DUETO - RECORDAÇÃO - João Murty / Joana Aguilar

DUETO: João Murty/Joana Aguilar

RECORDAÇÃO

Nesta água da verdade, tão distantes estão os anos
Que me salvaste do abismo e de emoções tenebrosas
Recolhendo no teu regaço as lágrimas de muitos danos
Brotadas por tantos enganos, suavizado por rosas.

Refletido nesta água vê o teu rosto ardente
Vejo o teu olhar sereno, no pedido que me fizeste
Comissura nos teus lábios, que sorriam docemente
No adeus permanente, do ultimo beijo que me deste.

No torvelinho desta água, vejo e relembro o passado
A dor que me vara o peito, nas lágrimas colhidas no manto
E a etérea palidez da saudade, vincada no esgar do teu pranto.

Num olhar profundo, colocamos o adeus num ósculo puro e amado
Esperando para além da morte, para além dos nascimentos
Que o crepúsculo do ocaso reencontre os nossos sentimentos

João Murty
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Reencontro-te, perdido nos farrapos da razão rasgada
Dilacerada nos danos e enganos deste tão frágil amor
Memorias que habitam, pondo em mim vago tremor
Como olhos de vidente cegos, é dor desamparada.

Nessa água desfraldei a bandeira da compreensão
Em cada olhar, falece a noite régia mortal iniciada
Arde-me no peito essa luz turva da morte anunciada
E com ela, o desejo ignoto de reencontrar o teu coração.

Na prematura sonolência do tempo, um halo floresce
Por entre a terra e o céu o meu espirito sobe e desce
Alma ardente, amar tem no perdoar, soberano exemplo.

Vive com o teu sentimento! Num querer de amor e confiança
No adeus o meu corpo se vai e a minha alma descansa
Com que mágoa te adoro! Velo por ti, nesta luz te contemplo.

Joana Aguilar

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Comentários

EU AMEI O DUETO!

PARABÉNS AO POETA E POETISA!

Na realidade ficou bonito o poema/dueto.

Beijinhos