Aforismo

espuma

quantos sonhos ou desejos tornam-se espuma, como as ondas num abismo de bruma?

 

Quantos de nós só têm com o que sonhar?

Sonhos de arrepiar!

Ou apenas relampejos!

Desejos?

Tormam-se véu,leve caruma,

Espuma!

Como resultado de tormentas,

As duas grulhentas:

Ondas de mar,

num muro de arruinar

Abismo que destrói,

de pedra que não corrói,

Bruma!

 

Quantos relampejos?

Sonhar!

Ou arrepiar?

Tornam-se desejos!

Como caruma,

Espuma!

As tormentas,

clássica

a modernidade não é só efémeros ícones, é também arte clássica permanente

 

A alegria que é grande emoção!

Modernidade: hoje acção,

É fazer apenas para marcar, quando se sente!

Só porque assim vamos nos perpetuar?

É vontade fémeros devaneios? Assim de repente?

Ícones que lembram desnorteios?

É, desta forma que se vive?

Também é a admirar que se revive!

Arte é tanto!

Clássica apenas no nosso espanto,

Permanente.

 

A emoção

Acção

Modernidade sente?

É repente!

nova

criei uma forma poética nova: o corrupio!

 

Criei porque não me satisfazia o que existia,

Uma complexa forma de poesia,

Forma de escrever:

Poética, como o meu ser!

Nova, como original, sem outra nenhuma!

Original!

Corrupio depois de um desvio e um sobral!

 

Criei poesia!

Uma!

Escrever

Poética ser?

Nenhuma!

Original!

Corrupio, Sobral!

passeio

no idílico passeio da existência humana a calçada do chão parece incerta

 

No momento da escrita,

Idílico capítulo de palavra dita,

Passeio?

Da realidade?

Existência de verdade!

Humana no anseio!

A rima é correcta

Calçada?

Do meu rodeio,

Chão sem termo meio,

Parece correr!

Incerta como a escrever!

 

Escrita:

Idílico passeio,

Realidade dita

Anseio!

Da verdade

A calçada?

Correcta!

Do meio:

Correr!

Parece escrever!

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