Desilusão

LIBERDADE SEM IRA

LIBERDADE SEM IRA

Por muito culpado que me julgues, não me flageles com palavras
O meu corpo sangra e a minha alma foi engolida pelo esquecimento
Não, não quero mais sangue, nem mitos, nem histórias, nem lavras
Pintado por um padrão de horrores sem piedade nem sentimento.

Também não grites para essa gente, filhos de um passado presente
Surdos, não querem ouvir, nem saber as razões de quem sentira
O erro de não querer ser igual a tantos outros. Querer ser diferente
Esquecer o passado de dor. E crescer sem ódio, sem mágoa, sem ira.

Porque existe o nevoeiro

Porque existe o nevoeiro

que cobre o nascer da luz?

Vem e cobre, o nevoeiro,

e o sol já não reluz.

 

Como dissipar este nevoeiro

que me leva a alegria de viver?

Cada vez que ataca, este nevoeiro,

fico com vontade de desaparecer!

 

Luz, trespassa este nevoeiro!

- como outros anteriores -

Mostra como o teu brilhar é verdadeiro

e partilha comigo os teus primores!

Mágoas

MÁGOAS

Podes sair, fugir, correr
Mas não te podes esconder
Por entre a minha sombra
Sempre difusa.

Rasgas o tempo onde te guardas
Nos silêncios do teu querer
Fazes pequenas construções no meu afeto
Prendes nos meus os teus olhos de musa.

Por entre a aleivosia do momento
Posso fingir que não quero ver
Injurias, cânticos, lamurias, feitiços de lua
Onde no rio do além danças nua.

Código

Eu choro
Não por querer, por amar
Amar as coisas de que tenho medo
amar o ódio dos desumanos
Amar o riso dos idiotas
Amar o mar
O mar de lágrimas me desperta
Me desperta para o que sou
Sou humano
Sou pequeno
Tenho medos e desilusões
As chagas de um coração não se abrandam com beijos
Talvez com palavras, sentimentos
Tenho medo dos sentimentos
Tenho medo!

(Des)ilusão

Saiu hoje o resultado fatal quase até imoral
Que queimou dentro de mim a ambição
De puder crescer moldando a palavra
Como quando a vida em nós escava
E não encontra qualquer solução

Tantos sonhos, criados em finos contornos
Enleados em tecidos de fino cristal
Que agora padecem sem grandes adornos
Morrendo porque morreu também o seu ideal

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