Geral

filha

Não me chames . . .
Não fales . . . 
Não decidas . . .
Porque tu não podes . . .
Porque tu não sabes . . .
Mas sentes
Sentes que queres
Pensas e . . . sonhas.
És a paz num corpo indeciso.
Agarrado ao que não sentes,
sufocado quando mentes.
Aliciada pelo que te dou.
Sou . . .
A luz que ilumina os teus dias,
no Inverno negro da tua mente.
Sou . . .
O mundo que procuras.

viagem

Percorro milhas para te ver
Perco-me por entre
As densas árvores
Da floresta
Volto a encontrar-me
Pérfidas amazonas
Atacam
No limiar da floresta
De novo a sensação
De estar vivo
Deambulo pelo rio
De asfalto
Rumo à pirâmide
Irei só
Para terminar
A minha viagem.

insulto

Percorro toda esta avenida
As folhas rodopiam
Um passo em frente
Um guarda
Silêncio
Agora sentado
Faço um cigarro
O olhar atento
do guarda
Uma tocha
levanto-me
Levo a garrafa
Dou um gole
Soletro palavras
ao sabor da brisa
Um poema
Um ideal
Uma vida
Sigo
Dou outro gole
Bem alto
Bem do fundo
Grito

ontem

Ontem
Sim, ontem
um anjo
falou e disse-me:
- Deixai que vos pergunte,
porque vos atormentais ?
- Podeis dizer que sou novo,
que sou ignorante,
mas estou só.
- Quereis que acredite ?
- isso creio.
- Mentis e enganais
mas vejo para além dos teus olhos,
e a tua felicidade
está para além do mar.

liberty

A relva
manto de veludo estendido
Burgueses - gordos sebentos
bebericam o sangue de Deus
Orgias, sob cúpulas douradas
Loucos
velhos avarentos
diversão de crianças
No declínio da noite
uma criança descalça
Almas sem valor
Uma ave
morte
dor
lágrimas
sofrimento
Olho o filme
. . . de repente
Uma porta
medo
uma luz, dia.

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