os ramais da temperança
Autor: António Tê Santos on Saturday, 6 July 2019a inocência residiu no centro dos meus desenganos incitando os clamores da vanglória ao percutir as danças que o rigor sentenciou num leito alongado pelo meu entendimento.
a inocência residiu no centro dos meus desenganos incitando os clamores da vanglória ao percutir as danças que o rigor sentenciou num leito alongado pelo meu entendimento.
o poeta enfrenta os obstáculos gerais com uma mística imberbe: uma denodada miragem cadencia o seu ritmo; uma transfiguração do seu destino intensifica-lhe a perspicuidade.
transporto as minhas equimoses até às reentrâncias do desespero introduzindo nas suas provisões a saliva que transforma os temporais em poesia através dum apurado raciocínio.
o meu fulgor transgride os códigos do meu passado augurando tremendas conquistas quando as paisagens agrestes são abrangidas por uma ventania preciosa que emaranha as minhas cantigas numa gesta requintada.
cruzei a amargura para obliterar a minha vingança nos outeiros da meninice; segui pelos arruamentos com divagações que sobreviveram nos tratados da minha memória; grafei essa liberdade na testa dos notívagos da exaltação boémia.
as ideologias retorcem os vexames dos seus autores catapultando mensagens para um paraíso movediço; ascendem as avenidas do tempo para recrudescerem a intensidade das suas labaredas; desenrolam o bem-estar para lá dos imperativos que professam.