Meditação

UM TRAJETO PENETRANTE

a lágrima afoga a morte ao liderar as congregações do encantamento.

 

o rol de acusações que se apuram em querelas escavas intentando expulsar a sensaboria.

 

a vaidade é luxada em momentos solenes entre copos deploráveis e indigestões perfumadas.

 

as palavras apaziguam os pungimentos impelindo as ondulações dos egos pelo ramal da interpretação.

 

há vocábulos que extirpam os estertores dirigindo-se ao tablado da originalidade.

ORDENAÇÕES POÉTICAS

a respeitável vinculação dos mares aos energúmenos que os unificaram.

 

a esperança é um traste que a malvadez vai carcomendo.

 

dos orifícios do saber remontam benefícios imateriais.

 

existem guerrilheiros contrafeitos reunidos a projetos fantasistas.

 

a grosseria dos homens que se atolam nos seus próprios excrementos.

PALAVRAS CONVERGENTES

o visceral discernimento que me perturba quando o sobreponho à realidade.

 

a hipocrisia ingressa nos devaneios que se cumulam no labor diário das pessoas.

 

a raiva sobre o tampo da mesa desconjuntada reforça práticas antiquadas e inúteis.

 

as noções são vertidas para uma tina e mobilizadas pelo que é prejudicial.

 

a evolução transparecida por um arquiteto e minorada pela poesia sacrificial.

 

 

 

A BANDEJA LACRIMAL

uma carapaça impõe-se aos apetites ignorados que me desatacam os atilhos.

 

penduro os motejos numa floresta habitada por bruxas e por duendes.

 

no lugar da misantropia há rinocerontes arrastando fios de ouro intermináveis.

 

a mocidade desdobrou um sonho que percorreu o circuito da imperfeição.

 

o aniquilamento da fé nos patamares álgidos onde se consolida a individualidade.

 

 

 

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