Meditação

Silêncio eterno

Silêncio eterno

Teu destempero é como rolo
a comprimir meu ódio faminto
que me come antes por dentro
por fora me faz desatento.
Acalma no degrau da morte
e veja quantos pra frente
te esperam neste aconchego
do silêncio eterno.
Calcula comigo quantas datas
tens a comemorar no anverso
que desejas instalar teu ânimo
vitória neste perder desânimo.

Instinto cruel

Instinto Cruel

Vem pra perto do teu ego
traz pra mim tua ambição
esfregas na cara a magoa
limpa alma com teu perdão.
Vinga minha vida extinta
volta pra sentir um pouco
aqueles poucos a se opor
abandonaste no labirinto.
Não tenhas instinto cruel
reviras teu orgulho agora
bate forte entre os dedos
pela morte apela implora.

Civiliza

Civiliza

A face oculta do homem espanta
na garganta, nas palavras, nas sagas
tudo estraga na má vontade
de embora tarde reconhecer que errou.
O erro é sinal de medo civilizatório
que arrasta as verdades mais intimas
realidades reprimidas de um ser
que ainda não se descobriu.
Já, já, passa este ser
que parteja pelo planeta
deixando apenas pedras polidas
como tantos outros seres já deixaram
ossos nas cavernas pra dizerem
que nunca existiram.

O desgoverno

O desgoverno...
 
Inoperante diante da astucia esperada,
incólume em solo movediço,
de causas mal resolvidas,
satisfeito de ser menos que o prometido.
Haveria sorte em que acreditar,
antes mesmo de começar,
sua vontade será igual surda,
no mundo absolutamente inseguro.
No mesmo comprimento do ora andado,
pelos martírios já suportados,
cobrada pelo espanto de sua enorme sombra
recalcada ainda com o sol a pino.
Presente sempre com enorme fragilidade,
na matilha dos inconsciente,

A caixa

A caixa

Me vi pequeno, muito,
dentro de uma caixa, minuta,
com paredes, supremas,
em cima de um nada, hórrido.
Assim como antes, hoje,
perdi o tempo, num instante,
ganhei olheiras, gigantes,
nada resolvi, estranho.
Onde estou, agora,
e o que restou, depois,
e quando não mais ver, verei,
serei todo então, resolvido.

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