o cais sereno
Autor: António Tê Santos on Sunday, 17 September 2017a decadência é uma figuração que ajusto à ínfima glória dum poema quando verto as garraiadas que superintendem as pisaduras reproduzidas pelo cortejo mundano.
a decadência é uma figuração que ajusto à ínfima glória dum poema quando verto as garraiadas que superintendem as pisaduras reproduzidas pelo cortejo mundano.
Deus há muito tempo estou te procurando
Olhava para o infinito e não te via
Muitas vezes pensei que não existias
Vagava pelas ruas tentando te encontrar
Desesperado e só eu vivia a chorar
Procurei nos templos e religiões
Lá também não te vi
Na descrença muitas vezes te ofendi
Mas sei que sempre me perdoou
os traumatismos que sofreei no desenlace das paixões que polvilharam os repenicados beijos; a sua tradução nos cânticos onde ora fluem em narrativas concludentes.
atravesso o umbral da literatura para poisar num oásis profícuo onde as minhas façanhas revoluteiam em circunspectas evoluções.
o sentimento flui numa paisagem que se estende desde o orifício das ilusões até ao imponente olhar que agride a nostalgia quando dilacera as missivas que enredam a solidão.
Sozinho eu seguia pela estrada da vida
Sempre buscando por uma saída
E do sol deste mundo eu queria sentir o calor
Quando alguém um presente me deu
Era um livro que falava de um Deus
A sua presença era puro amor
Ele vivia no céu em sua glória
Dizia que seu filho aqui ia descer
E a minha historia mudar para sempre
Foi quando alguém me falou
Que encontrou com Jesus o salvador
E a sua vida mudou completamente
Então eu peguei a minha bagagem
Sem pensar no caminho e na viagem
invalidei uma festa desmedida ao aperfeiçoar os dísticos que ora escrevo em poesia: os seus enlaces ainda sobrevoam a tessitura circundante mas a inspiração usa uma foice que os rasura.
os turbulentos horizontes tergiversam na memória gerando postais onde os sintomas irascíveis transmitem ao vate um comportamento periclitante.
INEVITÁVEL
Achava normal o impossível
a realização do inevitável
aceitando sempre o insuportável
como se tudo fosse casual.
Não tenho acaso em minha prece
me insisto em tudo que acontece
aconteço no meu desconhecer
me encontro em querer me ver.
Só me basta uma oportunidade
pra entender que o inevitável
está perto do insuportável e
estamos perto de um esquecer.
Assim me lembro e me repito
duplico, triplico sem finalização
porque sou recordação de mim
em cada momento da imaginação.