rumores essenciais
Autor: António Tê Santos on Wednesday, 6 September 2017envolvo as minhas desordens com palavras metódicas que regurgitam o sonhador propondo-se transformar os reclamos que absorve em epístolas graciosas.
envolvo as minhas desordens com palavras metódicas que regurgitam o sonhador propondo-se transformar os reclamos que absorve em epístolas graciosas.
os vocábulos que urge juntar refletindo uma textura que sobeja das minhas antropomórficas efusões; os sintomas irascíveis que eu procuro dissolver confrontando-os com os imperativos que atravessam os meus pensamentos.
Uma pequena nota escrita à janela que reflete nossa vista urbana diária por outras perspectivas, em um viés crítico-social e poético. Simplicidade é poesia:
As estrelas daqui são mais bonitas, pois estão do meu ladinho.
Nos prédios e nas ruas do centro
Nos pobres da favela
Nas flores da praça
Na minha janela
Passa uma estrela cadente.
Zum! Rompe a noite e nasce o sol.
São Paulo, 2017
Aquele que está aberto à vida é capaz de viver cem anos de coisas boas nos seus previstos últimos dez meses de vida, mas aquele que se fecha a ela, contrariamente, é incapaz de perceber dez horas de bons momentos em todos os seus cem anos vividos.
recordo os trastes implantados nas minhas asserções, os desleixos que transgrediram as palestras mundanas, os excessos conduzidos até às veredas da solidão pelas labaredas que afogueavam a minha existência.
Deus, eu venho aqui te pedir.
Para que não se esqueça de mim
Os meus amigos se foram
Sem o Senhor será o meu fim
Pelas estradas onde passei
Havia flores, e um lindo jardim.
Hoje pisando em pedras e espinhos
A minha vida já não e mais assim
De joelho de dia e de noite
Vivo pedindo o teu perdão
Depois de tantas idas e voltas
O que restou foi à solidão
Por favor, ilumine o meu caminho.
Venha me tirar dessa escuridão
Que amanhã o sol brilhe novamente
Abram-se da percepção
as portas,
que eu quero sair.
potencio a urdidura poética em catadupas de vocábulos que usam o pranto para expressarem emoções; relaciono tudo com a imagem do cantor que coloca a erudição por cima dos sermões de antigamente; burilo os versos no tablado das conquistas incorpóreas que eu quero alcançar.
Um dia você vai ver
A água da fonte da vida esgotada
A porta que leva ao céu ser fechada
Você poderá ficar do lado de fora
O Senhor que sonhou a todos salvar
A qualquer momento ele ira voltar
Vai fechar a porta e vai embora
A porta vai se fechar
A porta vai se fechar
O senhor não vai mais esperar
Porque chegou o tempo do fim
Jesus esta dizendo vinde a mim
Que Deus nos espera na gloria
Junto iremos subir
Com ele cantar o hino da vitória
a resoluta viagem em torno de mim com ensaios que alteraram o caminho desarrolhado pelo silêncio; o entendimento que germinei sobre a algidez circundante; os textos que produzi sorrateiramente.