Meditação

Poeta do pouco

Aproveito o desleixo dum azar de quem é louco,

Vou me tornando como o Aleixo, um poeta do povo.

Sou poeta do pouco.

Poeta onde cada poema é dedicado ao sono.

 

Se tiver que viver assim,

Assim como tenho vivido.

Posso viver triste,

Mas diferente não teria sido.

 

Como posso eu viver,

Quando para viver é preciso razão.

E se a razão de eu sofrer,

Não quer ter conclusão.

 

Gostava tanto que soubesses,

O quanto gosto de ti.

Dizer-te que mereces,

O mundo está perdido -parte XIX

Temos pra viver muito mais
Nossos amores, nossas dores
O mundo machuca, a vida ensina a curar
Vivemos numa completa loucura
O mundo está perdido
Dominado, totalmente destruído
E as pessoas acham que é normal
Não tem nada de errado tudo é normal
O mundo é ilusório
O mundo está caótico
O mundo entra em guerra
O mundo perde a paz
O mundo se entrega
E depois quer pregar a paz
O mundo não tem mais jeito e agora tanto faz
O mundo acabou
O mundo despencou
Pra que ludibriar

A LARGURA DO ÓCIO

os poemas dançam na encruzilhada de ideias generosas e fundamentais.

 

haja a presunção de raspar a severidade que enlambuza este lugar desengraçado.

 

as páginas mudam-se em lágrimas que ressumbram nas toalhinhas da consciência.

 

a caducidade dos sermões erigidos nas ruínas das cidades caprichadas.

 

haja uma albergaria onde se protejam os segredos sentimentais e se rotulem as leviandades.

A BANDEJA LACRIMAL

há poemas que transbordam de cansaço quando rodopiam desejos ignorados.

 

a mocidade desdobrou um sonho que percorreu o circuito da imperfeição.

 

os lugares onde a vilania estende as serpentinas da solidão e do desafeto.

 

o drama necessitou de metáforas arrebatadas que transmitissem clareza às encenações.

 

esconjurei todas as vergastadas numa biblioteca vagabunda.

Pages