trinados íntimos
Autor: António Tê Santos on Wednesday, 9 November 2016o folguedo está nas palavras que buscam serpentear dentro de cantigas com o vigor das moçoilas que se acham no centro de amorosas efusões.
o folguedo está nas palavras que buscam serpentear dentro de cantigas com o vigor das moçoilas que se acham no centro de amorosas efusões.
os vocábulos abrem sulcos se o lazer os obriga a abraçar a solicitude reforçando teoremas que a parcimónia instala em dísticos quando o futuro se manifesta pelos hiatos do costume.
a solidão de viver solto dos ais que enfeitam as páginas da tristeza; as asserções duma criatura que chapinha nas águas da avaliação gélida e consequente.
há tumores que se intenta controlar numa escola que arrepia aqueles que enxugam as suas dúvidas com a toalha da ignorância.
o recreio é por uma foice mutilado, as máculas renovam os dias com borbotos que crescem longe dos presbitérios, os fervores cintilantes inflamam as náuseas que exprimem o destino.
O que é a vida?
É a subida da montanha por sendas misteriosas,
Entre árvores que abrigam e pedras que rolam?
Ou é a descida do caudal do rio,
Cortado por rápidos e correntes,
Que nos atiram contra pedras pontiagudas?
É o almejar atingir o cume iluminado,
Projetado no azul do céu,
Mas logo coberto de nuvens?
Ou é antever a foz e sonhar com o mar alto,
Que tanto nos liberta, como afoga?
É ver e cheirar flores campestres,
Crescendo em vales tranquilizantes?
há saracoteios que nos afagam para depois nos perfurarem com a espada das competências: os afetos são roídos pelo sustento e as mágoas crucificam a esperança para depois a sepultarem nos valados da solidão.
Porque apenas algumas pessoas visitam os seus ente queridos? Será uma questão de desrespeito, falta de tempo ou falta de coragem? Eu nunca reprimi quem nunca se dirigiu a um cemitério (Religião Cristã), quem nunca levou uma flor, uma vela, quem nunca levou o coração, uma lágrima. Há diferentes formas de reagir.
a sensibilidade é removida dos lugares habitados por bruxas e duendes atraves de deliberações amplas que sublimam a secura dos dias e as notívagas experiências.
Refestela agora…que por aí anda um anjo, cujo nome é tempo, que fornece complacências e depois vigia.
Refestela que esse tipo ri-se, ri-se, deitado à sombra de quem faz maneios do sofrer alheio…
Refestela já, que esse um tem bojo farto, fundo mesmo, onde guarda seus feitos e, a quem de direito, há-de premiar.