trinados íntimos
Autor: António Tê Santos on Tuesday, 15 November 2016a invídia é uma foice rasourando a bondade de nos quedarmos sobre eventos que fantasiamos suprimir através de itinerários arrebatados.
a invídia é uma foice rasourando a bondade de nos quedarmos sobre eventos que fantasiamos suprimir através de itinerários arrebatados.
No livro da vida
A escrita é infinita
Com palavras bonitas
Mas as vezes, aflita
A letra escolhida
Se torna restrita
E fica escondida
Para não ser lida
E nem repartida
Para ser esquecida
Somente refletida
Para que não se repita
Que haja conquista
Nas coisas aprendidas
E achará a saida
Solange Pansieri
A hora é agora
A hora é marcada
Para a grande chegada
Nunca atrasada
Não é demorada
É sempre exata
Não fica parada
Vem na calada
Te pega sem nada
Não é preocupada
As vezes...indesejada
E fica passada
Jamais é esquecida
As vezes...antecipada
Para a grande partida
Solange Pansieri
ao filtrar os desígnios da estrutura humana transformo a vida num oásis radioso com uma didática atitude exprimida pela poesia na sorumbática versão da sua intimidade.
eu não compreendi os sentidos do meu intrigante espalhamento pelas aduncas paisagens que trilhei nem a solicitude que borrifou os territórios desnutridos da minha juventude.
Ouvir por dentro. Clarear.
Quietude. Eu. Êxtase, na eclosão.
Eu. Marulho. Virtude, crença e oração.
Tudo está nos sentidos.
Existir. É ser brisa em corpo quente
antes do senso, voz certa, eu,
som áspero, vento de rajadas grossas.
Pensar. A doença dos olhos, trocaria eu
a sua fala pela do vento,
um simples halo de sol, pela facúndia
da figura falante. O amanho
da alma é querer ser cor, cheiro
e substância, na primeira apanha.
há fios de ternura sob o estrado da violência, reclamos ignorados que a amplidão do sistema faz soçobrar; há restos de parcimónia no côncavo da alma espalhando genuinidade mas os seus gritos são sufocados pela dor.
reviro trastes obsoletos ao divulgar os manifestos que sufragam as folias: as tristezas diluem-se quando os símbolos desusados aumentam a formosura do cântico e as querelas soçobram ante a projeção dum epílogo edificante.
são vãs as tentativas de amputar tudo aquilo que se sobrepõe ao firmamento mundano porque há relatos íntimos que nobilitam ao transparecerem as ânsias de quem habita num casarão sombrio; e que enfrenta as oposições esgrimindo contra palavras obscenas.