respiro a poesia que amarra os leitores a um veleiro estacionado num cais onduloso; que jaz nas prateleiras da mocidade com fantasias que cruzam os abrolhos da deserção para cobrarem uma ínfima glória.
Ampliei o horizonte
estudei bastante
segui avante
atravessei a ponte
Depressão eu sentia
e nem sabia
pois não conhecia
que cura teria
Trabalhava e não gastava
recebia e entregava
nem na mão eu pegava
as vezes até chorava
Canetinha pra pintar
que vontade de comprar
mas tinha que emprestar
pro caderno enfeitar
Solange Pansieri
a civilidade está no topo das dileções requisitando tréguas e benfazejos rumores agrupados pelos que veem no sofrimento o impacto dum firme e permanente enredo de juramentos incontornáveis.
São raros os momentos, em que nesses momentos... Eu não sou, não estou, ou no consciente não co-habito...
São muitos os momentos, em que me contenho no pensamento...
Mas... Eternos serão, os momentos em que na instabilidade do meu sono,
A verdade será sempre,
Um pesadelo.
Luis Ginja
há vocábulos que comprimem os fardos do desespero: as masmorras são transformadas em poesia, a má-sorte é vassourada por um querer intrépido, a lhaneza jaz dentro dum círculo ardente.
um vagabundo cismar amplia-se para lá do viver diário na esteira das brigas que imperam em vociferadas canções quando a franqueza é purificada num fervor imenso germinando queimaduras raras.
há versos que atordoam quando a sua esquadria se mostra com notas ousadas e promissoras; com relatos imorredoiros que ficam a dever a temperamentos suscetíveis; com singulares estórias de paixão que a mocidade arrebata e deita fora.
os bordéis que eu desprezei enquanto percorri as vielas tinindo mágoas e desenganos... há pedaços de mim que eu sofreio para não enlaçar caminhos malvados; veredas rasgadas pelo acaso onde a minha alma contrasta.
há mentiras que circundam as decisões criadas por marginais que garganteiam trovas supérfluas ou ronronam palavras de amor para fundirem aos mitos a sua imperícia mundana.