um vagabundo cismar amplia-se para lá do viver diário na esteira das brigas que imperam em vociferadas canções quando a franqueza é purificada num fervor imenso germinando queimaduras raras.
há versos que atordoam quando a sua esquadria se mostra com notas ousadas e promissoras; com relatos imorredoiros que ficam a dever a temperamentos suscetíveis; com singulares estórias de paixão que a mocidade arrebata e deita fora.
os bordéis que eu desprezei enquanto percorri as vielas tinindo mágoas e desenganos... há pedaços de mim que eu sofreio para não enlaçar caminhos malvados; veredas rasgadas pelo acaso onde a minha alma contrasta.
há mentiras que circundam as decisões criadas por marginais que garganteiam trovas supérfluas ou ronronam palavras de amor para fundirem aos mitos a sua imperícia mundana.
o firmamento branqueia quando os utopistas manifestam o brilho das suas figurações criativas: quando colocam num pedestal um guerrilheiro arrogante ou quando escoltam a majestade dum séquito que cruza os tempos com vivacidade.
há tirocínios onde se delineiam falcatruas: é uma advertência ao prenúncio dos enganos e um sentimento negativo que se transmite a quem rodopia sem compreender a razão.
o aventureiro cruza as sequelas mundanas para estacionar onde a turba enregela, num atalho que se desdobra em profusos veios de perversidade e onde os acenos fortalecem teoremas que a garganta demuda em cantigas.
Voz
Se ele diz vá!
Então vá
De nada vai adiantar ficar
Pois nada vai mudar.
Apenas palavras frias
Não conseguirá mudar
O que não quer ser mudado.
Diz querer sorrir
Respirar
Gritar vibrar
Então vá.
Se ele disser fica!
Então fica.
De nada vai adiantar partir
Se ali é teus desejos
Teus anseios e teu amor.
Mas entre o sim e o não
Apenas ouça a voz do coração
as palavras confluem na disparidade da viuvez transportando consigo os seus incidentes: os sortilégios expandem-se em façanhas ao repercutirem catadupas de recados hiperbólicos que retorcem o viver emparedado.
Existe um sabor em cada cor
O tacto indistinto do tempo
