guardei as lágrimas num baú juntamente com as angústias que as municiaram; juntamente com as frustrantes investidas contra a muralha das adversidades; juntamente com as gélidas desafeições.
as humilhações geradas pelos nossos comportamentos fazem-me acreditar que o ouro que a humanidade produz é falso; que os seus exageros denegam a liberdade quando são praticados pelas marionetas usuais; quando a servidão patrocina a sua deplorável existência.
a lucidez liberta os versos que ardem nas nossas mãos; esculpe no nosso peito os sobressaltos do nosso crescimento; efetua as nossas abluções nas masmorras onde a sociedade nos instalou.
quando o raciocínio se liberta revolve ideias volumosas; integra no seu âmago os objetivos que sustém para poder evoluir; para transformar as suas palavras em normas ditadas pela erudição.
Espírito sobreviver,
estar para continuar.
Minha bela abelha,
o mel há flor vais buscar,
no mais profundo do teu trabalhar.
Que belo encanto,
o teu divino voar.
Espírito de mel,
todo esse teu adoçar.
Deus, amor, puro criar.
Abelha natural,
natureza o teu estar!
Espírito de mel,
o teu eterno criar!
há minudências que desprezo quando me instalo na tribuna da poesia; quando digiro as ambições que transporto para pelejar contra os fracassos prematuros; quando me abasteço com palavras relevantes.
trago a virtude no bolso quando me protejo dos tumultos que me circundam; dos estigmas das obrigações sociais; das peripécias que subscrevem as minhas desventuras; das minhas palavras ressentidas.
por que a Humanidade não ouve o silêncio...
prosperam a liberdade quando assumimos a esperança nos recados íntimos que geramos; quando a tristeza se desvanece em contacto com a pureza das reflexões; quando obliteramos os fundamentos das contrariedades.
lavro páginas de encanto para me proteger dos desaires emocionais; para ingressar numa épica aventura que suscite os meus desejos prementes; para me estabelecer no centro duma miragem que transfigure o usual entendimento.