Prosa Poética

É

É ver o circo pegar fogo.
É um composto religioso.
É viver e esquecer que este mar é grandioso.
É saber que muita coisa na vida é demagogo.
Homem carnal que torna o
Espírito santo criminoso
Ardiloso e sem diálogo
É viver sempre a pé
De modo danoso
Com o maltratado povo.
Tem irmão que não é caridoso.
Santificado é o teu grande nome.
Mas o homem também é criminoso .
Via Crucis também hoje ,
Matam sonhos a todo instante
O que diria Gandhi,
No meio desta gente

Frio bravio

Um frio bravio veste a manhã tiritando inconfortável
Cheia de injúrias a solidão arrefece quase descartável
O tempo esse hiberna pra sempre irremediavelmente inexorável
 
Num ápice encarceram-se além vagos silêncios imutáveis
Cada hora ainda desagasalhada cai inerte num pranto inexplicável

Vai à janela...

Vai à janela e vê a manhã despir todos os derradeiros
Breus insolentes, frenéticos, absurdamente apopléticos
Vê como ela se empoleira em tantos afagos energéticos
 
Vai à janela e descobre como o dia vasculha a solidão mais
Lânguida, a tristeza quase sonâmbula, a ilusão mais iludida

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