Tristeza

Eu sou a solidão

Sinto-me tão sozinho.

Eu sou a solidão.

Só consigo pensar em ti.

No que andas a fazer, e com quem.

 

Não me sei proteger.

Não sei jogar o jogo.

 

Ficas uma semana sem pensar em mim,

Enquanto que numa semana o meu único pensamento és tu.

Onde estás, ou com quem.

Como estás, e se estás bem.

 

Sinto-me tão sozinho.

Fechado neste quarto.

A escrever enquanto tenho paciência.

Já tenho pouca, é muito o cansaço.

Mas nenhum o sono.

 

As palavras mais tristes do mundo

Esta noite escrevo as palavras mais tristes do mundo.

Escrevo-as com o meu dedo no teu braço enquanto dormes.

Enquanto espero acordado pela manhã, onde tudo será diferente.

Mas por agora escrevo as palavras mais tristes do mundo.

Escrevo o que sinto na tua pele, nas tuas roupas e no teu cabelo.

Deitado na tua cama contigo, escrevo sem caneta nem papel.

A cada toque despeço-me do teu corpo, a cada minuto despeço-me da noite.

Escrevo uma última carta à felicidade.

Anoiteceu

 

 

 

 

Já é noite,

O sol adormeceu

Dando lugar a um céu estrelado

E eu,

aqui no meu canto isolado

 

O meu coração fracassado,

 Já cansado

Chora lágrimas de solidão

O meu corpo vergado

Ao tempo

Sobra no espaço que lhe pertence

E eu,

aqui onde meu ser fenece.

 

Na escuridão procuro a luz

Que me leve ao caminho da paz!

 

Maria Antonieta Oliveira

17-03-2017

 

" O fim"

"O fim"

Olho pra mim
E vejo muito mais passado
Do que futuro
O corpo cansado
Incapaz de arriscar, de saltar o muro.
Aproxima-se o fim
Eu sei, eu sinto
E se eu dissesse que estou preparado
Estaria a mentir e eu não minto.
Passou tão depressa
E tanta promessa ficou por cumprir
E agora, a vida seguirá sem mim
Me trocará por outro brinquedo
Chamará a outro como eu me chamo
E eu, Tenho medo
Não de partir
Mas de deixar aqueles que amo.

José Carlos SC

Simples cartas

 Lembro-me como se fosse hoje, era setembro e a rua das Andorinhas estava forrada de Ipês, flores agora murchas, formavam um colorido tapete, aquela rua que ora estava tão linda e vislumbrante, já não chamava mais atenção, não mais pela sua beleza, pois agora, deixava no ar uma tristeza inexplicável, talvez não para todos que por ali passavam, mas excepcionalmente para mim, pois aquela época foi a mais triste de minha vida.

NOITE

Noite, 
minha resposta certa à quase todas as perguntas.
Quando fui mais feliz?      
Quando te encontrei?
Quando te amei?                
 
...decepcionei-me?
...perdi-me?
...reencontrei-me?
Noite!

SENTADO À BEIRA DA ESTRADA

Num escuro e frio canto,
Onde o lamento cedeu lugar ao planto;
Não mais desejo seu amor,
Quimeras cobrissem meu corpo com um manto.
Na trêmula fadiga de minh’alma conturbada,
Apenas minha ânsia do depois;
Em minha memória quase apagada,
Lembranças mórbidas de nós dois.
Ah! Como eu queria aqui novamente vê-la passar;
Talvez pra aumentar o meu martírio,

Lírico do Eterno Violino

Lírico do Eterno Violino

Caminhei ate o lago, próximo a choupana
Meus olhos viram o arco que se movimentava a
Mão do poeta com seu violino, distante e com
O olhar fixo a pauta, lágrimas corriam em seu rosto

Diante do poeta, uma longa ponte de madeira envelhecida
Ondas no ritmo uníssono, faz lembrar apenas um rosto
Que o inspira a compor, um sorriso que já não vê
Não pode sentir, por que este rosto não existi

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