Gulag
Autor: Fabio Renato Villela on Thursday, 24 January 2013O verde que a tela falseia no muro
O verde que a tela falseia no muro
Ontem morreu a última das acácias.
Seguiu o destino dos outros abandonados.
Antes, foram alguns poemas,
algumas figuras, algumas cores.
Algum contentamento.
Na casa, nada mais ecoa.
Nenhum riso quebra o silêncio.
Tampouco algum choro,
pois estes secaram
como os rios que
os homens aterraram.
Os amores se foram.
Alguns lentamente.
Outros, com a urgência
de quem quer esquecer.
Deles, alguma lembrança ficou,
mas todos os rostos vão se fundindo
em apenas uma face distante.
Sinto que nada sou
E que nada vou ser
Pois para onde vou
Nunca chego a aparecer
Se apareço, logo desapareço
Como algo que não existe
Até eu, de mim me esqueço
Sou alguém que só assiste
Porque é que vivo
Se o meu corpo morreu
Para nada sirvo
Nem sei, quem sou eu
Qual a razão de tudo isto
Se sou o inverso
Porque é que existo
Neste mundo perverso
O meu corpo jaz
Transforma-se em pó...
Já estou em paz,
Mas continuo tão só...
Existe um nada
Que preenche o espaço
Entre o meu olhar e o teu
Um nada que derrama
Uma sombra amargurada
Que sufoca uma angústia
Por nós teimosamente dissimulada…
Existe uma culpa
Por nenhum de nós reclamada
Arrogância doentia
Melhor pensar que não é nada…
E o nada vai crescendo
Entre o meu olhar e o teu
E a ferida nunca sara…
Do tanto que dói… do tanto que já doeu…
De Seyed Morteza Hamidzadeh – tradução livre : Jamila Mafra
A vida não passa de um sonho
Em que todos nós vivemos
Quando deixamos de sonhar
É porque a vida perdemos
Por onde passas tudo pára
O que tu olhas ninguém vê
O que para trás ficara
Só tu sabes o quê e o porquê
Não sei o que fazer
Não sei se faço ou não,
Mas assim não posso viver
É o que diz meu coração
Amor que faz sofrer
É amor com paixão
Saber que não te vou ter
Destrói meu coração