Vida Severina (Mulher Atropelada)
Autor: Luan Soares on Tuesday, 26 August 2014
Uma mulher atropelada
Na avenida movimentada
Como uma vira-lata...
Ficou lá, estirada!...
Uma mulher. Atropelada.
No anonimato. No nada...
Duas horas e nada!
Carne morta na esquina!
Avenida movimentada...
Mais uma vida severina
Que nunca mais será lembrada.
Empregada doméstica;
Ela estava grávida...
Ah! É claro que ela morreu.
Ela continuou sendo atropelada...
Ninguém parou
Ninguém fez nada.
Sem censuras
Mais de três horas e nada!
Quatro horas e nada...
Na nossa cercadura
As classes já foram instaladas.
Ah, e é claro que ela morreu.
Morreu quando nasceu. Coitada...
Como é triste... Como dói
O anonimato de uma vida apagada.
18 . 08 . 2014
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