Omenino que chora
Mutação atroz da espécie muda o canalha
olha entre grades o inocente menino da lagrima
engana-se o simples que esperava ver a navalha
quando o velhaco usa gravata e faz votos em Fátima.
Fala bem, veste bem é erudito o cabrão
ilude multidões de esperança com promessas vãs
sob sorrisos venenosos golpeia o coração
sádico, chupa o sangue já seco de almas sãs
Angaria vidas pelo buraco da urna
recebe votos caídos no escuro da confiança
comandou a praxe dos chulos da turma
e matou o futuro do menino logo à nascença
Fica nos livros, património da historia
comprou participações aos descendentes
queimou o passado outrora de glória
cagou no povo, partiu-lhe os dentes.
Restou o simples fulano chupado e ferido
e um bocadinho de orgulho de herança
fala calando, de um país pobre mas querido
sorri o menino da lagrima, renasce a esperança.