Perpétua solidão
Autor: Frederico De Castro on Wednesday, 1 October 2014
Perpétua solidão
Partindo hoje daqui
abeiro-me de mansinho
da inércia resoluta
que nos braços teus
encobre
tantos ternos olhares
de alegria quase voraz
sinto-o hoje como doces apaixonados cantares
compelindo-nos de verdade
a bordo desta serenidade indiferente
como sabores da terra
que em nós se planta genuinamente
enriquecendo os oceanos
sempre navegados
neste palco assim delicado
onde me sinto mais que velejado
encorajado
de novas esperanças
outras promessas
tantas felicidades
mais não sou do que simples figurante
sigo em frente na frente de todos
buscando este revelado canto que me conforta,
pra quando a noite enfim chegar
sentir que estou me entregando
a um coração ainda batendo
queimando,
nesta espera que se alimenta
numa solidão perpétua sangrando
FC
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