Apaixonada
Autor: Frederico De Castro on Friday, 3 October 2014
Apaixonada
Pra quê medir a extensão do nada
se apenas temos em nós cada preposição
de tantas palavra meigas
na justa medida
em cada comedida lágrima contida
neste manifesto quase profano
onde me concretizo
feliz contudo neste propósito da vida
calculado entre milhões de minutos
de números anónimos,segundos perdidos
torcidos em brados inconfundíveis
multiplicados pelas preces ajustadas
numa esperança ainda gloriosa,
grávida e contida de verdade
sem alardes estéticos
mas apaixonada em sentimentos expressos
neste vocabulário desvairado,
onde recorto decidido
minhas desilusões poéticas
mágoas, saudades quase arrebatadas
tristezas e até incertezas,
imensas... sempre sempre tantas
quando choro até de madrugada
e a tempo ainda resgato
esta vontade engalanada
precoce, faminta e paixonada
sem mais lamentos instintivos
porque nos acorrentámos pra sempre
um ao outro
sem arrependimentos
FC
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