Quietude
Autor: Frederico De Castro on Sunday, 5 October 2014
Quietude
Bebendo na quietude
das cachoeiras celestiais
vou por aí ousando e calcorreando
as planícies
deste imenso céu
assombrado pela longitude arquitectónica
das palavras espúrias
nunca ditas,
e sempre
quantas vezes quero
que reflitas
no perfil severo deste verso
previsto no meu estado de ansiedade
às vezes por mim abandonado
ao reverso da rima mais temperamental
daqui até além
mais do que além
onde ainda rogamos cada dia
mais fé e uma réstia de esperança
mais ainda que a dor
antecipada nesta inconfidência
que suaviza as angústias
de tantas lágrimas
repletas ainda de plenitude
jogadas na inteireza do tempo
de um destino sereno
que nunca se ilude
porém ainda que se escude
singelo ou rude
é-me fiel e cheio de magnitude
tal como no primeiro dia,
em que me deixei algemar
pra sempre na tua plácida quietude
FC
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