*No harem*

      No matiz do tapete auri-felpudo
      Haydé reclina as fórmas langorosas,
      Scismam d'inveja purpurina as rosas
      Admirando-lhe as faces de velludo.

      Modelo, que convida a obsceno estudo
      N'um desmaio entre gazes vaporosas
      P'las cassoulas de prata sumptuosas
      O ambar, o beijoim arde a miudo.

      Quando rompe nos ceus a madrugada
      Sentem-se beijos em lascivo espasmo
      Que illuminam a alcôva perfumada

      E um eunucho--decrepito sarcasmo!--
      Que a barbacã vigia na esplanada,
      Crê-se na terra um mero pleonasmo.

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