*No harem*
Autor: Joaquim de Melo... on Sunday, 2 December 2012
No matiz do tapete auri-felpudo
Haydé reclina as fórmas langorosas,
Scismam d'inveja purpurina as rosas
Admirando-lhe as faces de velludo.
Modelo, que convida a obsceno estudo
N'um desmaio entre gazes vaporosas
P'las cassoulas de prata sumptuosas
O ambar, o beijoim arde a miudo.
Quando rompe nos ceus a madrugada
Sentem-se beijos em lascivo espasmo
Que illuminam a alcôva perfumada
E um eunucho--decrepito sarcasmo!--
Que a barbacã vigia na esplanada,
Crê-se na terra um mero pleonasmo.
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