Mulher, não vais querer o meu Amor
Autor: António Vicente... on Tuesday, 4 November 2014
Mulher, não vais querer o meu Amor
Pois é do meu coração uma fértil lavra
Brota laços; quando ama jamais a livra
Nele trago todo de mim e o meu pudor
Ele paciente, meigo e tradutor da dor
É do meu coração verdadeira palavra
É fonte única da minha estável fevra
É da minha bondade o singelo penhor
De más mulheres, já bebeu peçonha
Mas inda tem brilho que o sol desvia
Ele traz paz dum branco de cegonha
De olhos fechados ama e segue a via
Se a meretriz pedir, que se disponha
Dizê-lo como é, creio que nunca devia
António Vicente
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